Férias, finalmente! (ou talvez nem por isso...!)

Ahhh, férias...
Ao fim de uma série de meses de correria a um ritmo quase ironicamente alucinante, pára tudo para retomarmos o fôlego... ok, isto é a teoria.
A verdade é que, na prática, não é bem assim... sim, eu não tenho aulas, é um facto, MAS tenho uma série de trabalhos para fazer, uma data de coisas para ler (uma das quais obrigatória - aquela trampa do Memorial que eu estou a pensar reescrever quando tiver cerca de oitenta anos e picos!) e um monte de coisas para estudar...!
Sim senhora, vão ser umas ricas férias...!
Felizmente, pelo meio, há de haver um concerto e aínda meia semaninha em Mação (aleluia, que não vou lá desde Novembro! Voltar a Mação é que sim, finalmente!! Realmente não há nada como poder dizer "Cheirinho a Mação!"! Ahh, que saudades!)

Música que estou a ouvir: Chega de Saudade - João Gilberto
Estado de Espírito: Feliz!! Aínda estou incrédula em relação ao concurso... além de que hoje vou jantar a casa da minha amiga Mariana!

Não fazia ideia...

Não fazia mesmo a mais pequena ideia de que havia dias assim, como o de hoje, em que parece que vemos tudo a "preto & branco"... - e não pense, o leitor, que eu estou para aqui a romancear e a atribuir floreados a um dia "insonso", não senhor! Isto é verdade, hoje o meu dia foi mesmo assim...
Parecia que tava de fora...
... a ver um filme daqueles bem antigos, meio desfocados, a preto & branco, que tanto dão para rir como para chorar...
Enfim, não sabia que era possível... quem diria, não é?!
Bem, espero que amanhã seja um dia substancialmente colorido... ou que pelo menos haja assim um pequeno, pequenino, vislumbrar dessa cor de que estou para aqui a falar... - por acaso, até acredito muito nessa possibilidade! É que dias assim não valem a pena...! Pelo menos eu, que sou tão adepta da "cor", hoje estranhei (recordando e citando: "Provei e não gostei...!" LOL - perdoem-me a semi-private!)...
Bem, já dizia o Mr. Gomes: "Every cloud has silver lining...", seguido de um piscar de olho e de um "everything will be just fine, dear... don't worry, sunshine!".

...

Apetece-me sair de casa, ir ter com ("O") alguém...

(suspiro...!)

- estou tão suspirosa, hoje!

... nãã... vou ficar. Não posso fugir mais! Tenho assuntos inadiáveis pendentes, por resolver... Tenho de ir falar com o meu espelho... Citando o meu querido professor António Cortez: "Há que enfrentar o nosso Adamastor!" - quem fala assim não é gago! Tem toda a razão!
Desejem-me sorte! Vou precisar dela...!

Música que estou a ouvir: Corcovado - Tom Jobim & Elis Regina
Estado de espírito: confusa, baralhada, atordoada, tudo ao mesmo tempo... uma perfeita maravilha!

Dias intensos...

Às vezes há dias assim, intensos...
São vividos a uma tal intensidade que tudo se torna demasiado forte e pesado... as pulsações estão demasiado aceleradas, é difícil suportar...!
24 horas de pura correria, ora porque se tem de ir aqui ou ali, ou porque é preciso fazer isto ou aquilo, falar com aquela a ou com a outra pessoa...
O telefone não pára de tocar... chamadas atrás de chamadas (umas que nos desiludem e, felizmente, outras muito diferentes, boas de receber, e que nos fazem sorrir - numa questão de segundos, tornam-se um refúgio momentâneo da loucura do dia!)... toca incessantemente...
Mas o relógio também não pára...
Sinto a cabeça a rebentar...
Não quero, mas preciso de explodir...!
Felizmente há de chegar a noite (minha querida amiga!) acompanhada do, agora tão almejado, sossego...
Aí, outros pensamentos irão assaltar-me a mente... pensamentos e sentimentos a que tenho fugido... sempre fugido!
O desejo da intensidade assombra-me o espírito! Agora não falo de um dia intenso, mas de uma pessoa intensa.
DA pessoa intensa...!
"Um olhar chegava!"? Talvez, se fosse num dia comum... mas hoje é um dia especial, é intenso! O desejo do olhar, do toque...
Um abraço.
Daqueles que nos fazem estremecer, que nos absorvem e consumem, mas que nos fazem transbordar de alegria e que não terminam nunca...!
E o meu dia termina assim, neste abraço de uma intensidade louca e sonhada que me faz voltar a respirar...
Adormeço.
Amanhã é outro dia...

Música que estou a ouvir: neste momento nenhuma, mas a inspiração provém da letra de uma música que passou hoje no metro... acho que só apanhei a parte do fim, mas ficou: "Hoje vou fugir para não me dar a vontade de ser tua..." - irónico, não é?
Estado de espírito: intensa...

Abraços Grátis...

Tenho falado muito acerca deste assunto com uma série de amigas e, sinceramente a iniciativa agrada-me..!
Haverá coisa melhor que um abraço?! Assim daqueles bons, apertados?! (uns beijinhos, talvez, mas olhem que, mesmo assim, não sei não..!)
Eu cá acho que é uma iniciativa louvável e que um abraço não faz mal a ninguém (antes pelo contrário, só faz é bem...). Regra geral, até acho que anda tudo precisado de uns abraços..!
"Abrindo o jogo", caríssimos, a ideia era andarmos a distribuir abraços pela rua...
Não acham que é preciso?! Eu acho que no mundo há falta de alegria e, principalmente, falta de Amor. Ou seja, a ideia é sermos solidários e darmos um abraço, nem que seja para iluminar a cara de uma pessoa ou para "abrilhantar" o dia de outra! (não me perguntem como é que me lembrei desta expressão, saiu-me..!)
Assim, queria alertar-vos para a eventualidade de, brevemente se depararem com uma série de raparigas (e talvez rapazes, mas aínda não está confirmado..!=P) com um granda sorrisão e umas t-shirts a dizerem "abraços grátis". Não se espantem, SOMOS NÓS!
Outra excelente ideia seria aderirem ao movimento... mas cada qual sabe de si (e Deus sabe de todos!LOL) - se quizerem aderir, é favor dizerem qualquer coisinha, sim?
Despeço-me com um abraço*

Música que estou a ouvir: Chega de Saudade - Tom Jobim & Vinícius de Moraes
Estado de Espírito: apaixonada... PELA VIDA!!! ( ou "patetice alegre"... afinal de contas, não é assim que estou sempre, prof. JPMS?!)

Andar de carro com a Inês...

Pois é, hoje a minha grande amiga Inês resolveu ser prestável e levar-me a casa no seu carro.

(só para contextualizar o leitor: a Inês deu cabo do seu mini cooper ao fim de poucas semanas e, por isso, agora anda com um bmw do Baviera (era Baviera, não era?) daqueles velhos que tresandam a tabaco. Ela diz que é o carro do típico "velho fumador compulsivo!" e, visto que o cheiro é nauseabundo (adoro esta palavra!), vai comprar uma daquelas, e passo a citar: "arvorezinhas bem cheirosas" para pendurar no espelho retrovisor, "assim bem à táxista!")

Como forma de assinalar a ocasião, resolvi que ia fazer a Inês passar a maior vergonha da vida dela! Pus os meus óculos escuros (para ficar irreconhecível!) e comecei a dizer adeus a toda a gente que passava por nós - depois tirei os óculoss, mas para o caso não interessa nada!
Aínda assim, um dos momentos hilariantes da viagem foi quando o Mário resolveu virar-se para a senhora do bmw ao lado (uma loura platinada de extensões e óculos escuros absolutamente horrorosa!) e, com o ar mais sério do mundo, dizer: "Desculpe, podia dar-me uma indicação por favor? Assim de que vem do Estádio Universitário depois do treino de cricket, qual é o caminho mais rápido para a China?". Escusado será dizer que a senhora ficou a olhar para nós com cara de parva, mas ele continuou: "eeeeerrr mais propriamente, para Tóquio! Ai, espera, mas Tóquio não é na China... Bem, não importa, para Tóquio, por favor!"
Os dois carros arrancaram, cada um para seu lado, antes que fosse dada alguma resposta.
A propósito da bacorada de "Tóquio na China", recordamos com saudade um episódio brilhante da Rita (a irmã da Inês!). Pois, parece que a Rita uma vez, num teste de História, a propósito do Luís de Camões, disse que depois do célebre naufrágio o grande Camões (e agora JURO que vou citar!:) "com Os Lusíadas na mão, deu à Costa da Caparica, sem um olho e sem um braço" após ter sido "raptado pelos Gauleses".
Sinceramente, palavras para quê?! Não há comentário possível..!
Tudo isto para dizer que adorei o passeio de carro (do colégio até minha casa são cerca de 5 minutos, mas, lá está, quantidade não é qualidade!) e que, com a Inês, a vida é uma aventura (além de que o meu hi5 ganhou vida!)!!!
Juntem-se a nós na nossa próxima aventura:
"Catarina e Inês vão de mini para a praia!"
Não percam o próximo episódio, porque nós também não! (até porque sem nós o próximo episódio não existia..! De facto, somos as piores, mas eu gosto muito de ti na mesma!)

O meu autocarro...

Inicialmente, este post seria sobre a inércia dos dias de todos e de cada um (mais sobre os meus do que de outro alguém, mas enfim..!). Sobre o cansaço que é fazer sempre as mesmas coisas, ir sempre aos mesmos lugares, ver sempre as mesmas pessoas, ter sempre as mesmas conversas, enfim... sobre a rotina do dia-a-dia.
Associado ao texto que estava a escrever lembrei-me da viagem de autocarro que faço quase todos os dias ao ir da escola para casa, e de um exercício que tenho feito, no autocarro, desde há uns dias para cá.
(entretanto, apaguei o texto que tinha escrito inicialmente e aproveitei, apenas, a ideia do autocarro!)
Já experimentaram, quando vão no autocarro, ou no metro, ou mesmo no comboio, olhar para às pessoas que vão sentadas convosco?
É tão engraçado (eu diria mesmo "interessante", mas corro o risco de que se fique a pensar que eu não tenho mais nada que fazer! - mas também, eu sou daquelas pessoas que não faz mesmo nada na vida, por isso, não há muito a temer!) reparar nas pessoas...
Hoje à tarde, no velho e cansado 31, via-se de tudo: raparigas novas, a sorrirem para os respectivos telemóveis enquanto escreviam freneticamente o que provavelmente seria uma mensagem de texto; um senhor velhote, de boina e óculos extremamente graduados a protestar altíssimo contra o facto de "o nosso país ser uma vergonha" e de o Sócrates não meter uma para a caixa; uma senhora muito velhinha, de aspecto débil, de roupas simples, chinelos e cabelo desgrenhado que, após ter comido três gomos de uma laranja que parecia amarga, adormeceu e assim foi, dormitando, até à minha paragem; uma outra senhora de idade que, por oposição, se encontrava perfeitamente direita na sua cadeira, numa pose quase imperial, num fato de saia e casaco preto e branco, com o cabelo louro platinado muito armado, uns óculos escuros da Dior, e os lábios muito vermelhos e impecavelmente pintados; uma cigana de olhos verdes com três filhos, todos eles despenteados e mascarrados, a pedirem à mãe para lanchar. Havia ainda um rapaz muito atarefado, de volta de uns apontamentos quaisquer, e , à excepção de uma que tinha um ar infelicíssimo (os olhos até estavam marcados - provavelmente de ter estado a chorar!) uma série de raparigas e senhoras que apresentavam todas a mesma expressão (aliás, não apresentavam expressão nenhuma porque, apesar de espreitarem pela janela, tinham o olhar absolutamente vazio...!).
Sorri para mim mesma.
"Para onde irá cada um deles?"
"O que fará?"
"Que vida terá?"
"Tantas vidas tão diferentes...!"- foi o que pensei.
Mas, no entanto, estão todas juntas num autocarro que faz, diariamente, o mesmo caminho...
E apesar de cada um sair quando quer, a base do caminho é a mesma, por mais diferentes que as vidas sejam...

Então e será que podemos generalizar, esta questão do Caminho?
Não será a base do Caminho de todos nós a mesma, por mais incomparável que sejam as nossas vidas?
Sinceramente, cada vez me convenço mais que sim...!
Mas também, de que é que adianta?! Será que serve para alguma coisa pensar neste assunto? Valerá a pena meditar sobre este género de coisas?!
Não sei...
Sei que, hoje, parece que nada anda para a frente...
Jesus, a inércia..!
Por mais que me esforce por avançar, parece que a minha vida só vai dando passos para trás...

... como um caranguejo!
(os demais leitores que me perdoem a private!)