Wednesday, August 29, 2007

"Crush" ou "Carta a um grande Amigo"

Querido Amigo:


Há muito tempo que ando para te (d)escrever.
Deixou de ser uma vontade, sabes? Neste momento, sinto necessidade de te passar para o papel.
Vou à biblioteca, em busca de sossego.
A simpática bibliotecária, recebe-me com os seus cumprimentos e sorriso habituais.
Peço-lhe uma folha de rascunho. Aliás, peço um molho delas.
Novamente, a amável senhora sorri, estendendo-me uns folhetos da Câmara Municipal, com o verso em branco.
A verdade é que já está habituada.
Munida de papel e caneta, dirijo-me para o corredor da "literatura", talvez na esperança de me sentir "inspirada" pelo simples facto de estar entre tantos brilhantes escritores. Procuro uma mesa livre e sento-me.
Olhando em volta, cumprimento estes escritores, que vejo mais como amigos e companheiros de longas tardes e serões. Wilde, Dickens, Shakespeare... Mais ao lado, Goethe, Tolstoi... Ao longe, os queridos Eça, Pessoa, Florbela Espanca e José Régio, entre tantos, tantos outros.
Regresso à minha mesa e à minha folha em branco; preciso mesmo de escrever.

Penso em ti.
"Pensas demais!", costumavas repreender-me...

Como estás? Há algum tempo que não tenho notícias...
Sabes, tenho saudades tuas...
Já to disse, mas parece que não ligaste...

Começo a escrever.
Procuro (d)escrever tudo com a maior exactidão e eloquência, mas às vezes fica difícil. Acredita que são poucas as palavras que te fazem jus. Penso que também já to disse, mas acho que voltaste a não fazer caso...
Entretanto, fui riscando os meus "pensamentos".
Nada se aproveita.
Numa derradeira e desesperada tentativa, vou para a terceira folha do dia...

Bolas, és difícil!

Nunca me foi difícil escrever, sabes? Estou habituada a que as palavras escorram do bico da caneta. E agora, que ando sempre contigo na cabeça, que estás presente em tudo o que penso, faço ou digo e que mais preciso de decarregar tudo para o papel, não o consigo fazer.
Porque será? Há que concordar, isto não é normal!
Mas também, contigo nunca nada era normal...
(suspiro saudoso)
Vou tentar explicar:
Já sentiste alguma vez, ao saíres à rua numa manhã fabulosa, parecer que nunca o tinhas feito antes? Bem, os meus dias contigo eram todos assim. Tudo era novidade, desde olhares trocados à mais trivial das conversas...
As pessoas gozam, "O céu é azul, o sol brilha e os pássaros cantam", mas a verdade é que, apesar de estranha, esta sensação de ir redescobrindo o mundo todos os dias era muito boa... entre outras coisas, acho que o Amor deve ser isso mesmo...!
Sabes quando é que senti mais tudo isto?
(Aposto que não sabes!
Ou talvez saibas, mas naturalmente (e bem) vais fazendo por não pensar nisso. Exemplos como o teu são os que eu devia seguir.)
Quando me abraçaste.
Podia jurar que nunca tinha sido abraçada antes.
O turbilhão de sensações e sentimentos é tal, que tremo só de tentar recordá-lo.
O perfume, o toque, o silêncio, tudo passou de "meu" e "teu" para se transformar em "nosso".

O nosso abraço...

Gosto muito de ti, sabes?
Tenho muita pena que tenhas desaparecido! (e olha que eu odeio ter pena!)

Quero voltar a ser recebida pelo o teu sorriso que, apesar da sua gota de timidez, era sempre tão simpático.
Tenho saudades de reparar na forma analítica e cuidada como, discretamente, observavas tudo e todos à tua volta.
Já não aguento sentir falta das tuas mãos enormes, tão enérgicas e expressivas, e estou farta de ansiar pelo teu silêncio, enquanto me envolves ternamente nos teus braços!

"O Amor não se pensa! Sente-se! Vive-se!" - disseste-me, uma vez, coberto de razão.

Mais que saudades tuas, tenho saudades nossas...
Acima de tudo, sadades do encaixe perfeito do nosso abraço!

Mentiroso, prometeste-me que não ias desaparecer...

Por favor, volta depressa!
Fazes-me falta.

Um grande beijinho, carregado de saudades,

Catarina
P.S. Acho bem que agora não me venhas com conversas do género "o rapaz é que tem de dar sempre o primeiro passo", etc. Mais óbvio que isto só se eu resolvesse fugir, aparecesse à tua frente e, puxando-te pelos colarinhos, te espetasse com um brutal beijo, digno de um Óscar!
(Mesmo que me apetecesse, tu sabes que eu não sou assim...!)

Tuesday, August 21, 2007

"I was 17, going on 18"

De volta, outra vez!
Graças a Deus, as minhas preces foram ouvidas e fui a São Martinho na véspera dos meus anos (que coincidiu com o Baile de Chitas, como penso que referi no post anterior)! Para dar graça à coisa, não avisei ninguém e resolvi aparecer de surpresa - por acaso a coisa até correu bem! Ninguém desconfiava!
Bem, já que ia atingir a maioridade na noite do tal baile, pareceu-me por bem ir vestida a preceito (só para sossegar aqueles que acham que eu sou doida e que vivo num mundo à parte, eu tenho alguma noção e não fui de vestido até aos pés! Sou maluca, mas não tanto!), pelo que na noite de dia 17 - após o jogo do Sporting - expus as minhas ideias à senhora minha mãe e deitamos mãos à obra. De facto, não fui com um grande vestido, até porque gosto de ser discreta, mas levei uma "leta" (como gosto de a chamar!) com um grande laçarote de chita! O comentário do meu irmão foi, como sempre, o mais sincero: "O quê?! Vais com isso na cabeça?! Tu usavas esses laços assim quando tinhas 4 anos!! E com essa cara parece que vais para a infantil!" - disse ele, com a sua voz de bagaço e um olhar de alto a baixo bastante reprovador. (Como depois me disse que "até estava gira", fiquei mais sossegada!).
A meia noite foi passada num café/restaurante, o Samar, depois de uma imensa espera por um pratinho de sopa e uma tosta mista, com algumas da melhores amigas que uma rapariga pode ter: as tão mencionadas neste blog Catarina, Maria e Mariana (a Madalena também lá estava) que à meia-noite em ponto apareceram à minha frente com uma caipirinha na mão, a cantar os parabéns (uma das coisas que eu mais abomino neste mundo!) em plenos pulmões! Após a habitual distribuição de beijinhos e abraços a estas quatro doidas, apareceram as minhas queridas anfitriãs, Caro"LINA" e Matilde, que estavam comigo à mesa, de braços abertos a berrar "PARABÉNS!!!".
Abraços, beijinhos, telefonemas, mensagens...
Quando cheguei ao Oceano, (um café bastante badalado na marginal) a surpresa foi mais ou menos geral! Poucos se sabiam que era o meu dia de anos, data que aquelas malucas fizeram o favor de relembrar a toda a gente! "Ela faz anos!!! Já lhe deste os parabéns?". Seguiam-se olhares surpreendidos, "A sério??"'s, mais beijinhos e abraços. A melhor reacção foi a do João Gonçalo, que não acreditava e que queria a todo o custo ver o meu B.I.
Entretanto lá fui para o Baile. Foi giro, diverti-me bastante, revi uma data de gente (que já não via há 3 dias!! - não estou a ser irónica. Eu já tinha MESMO saudades.)...
A aventura terminou perto das 7h da manhã, quando eu e a Carolina regressávamos ao apartamento, muito cansadas, mas sem vontade de dormir!
Gostei muito e não sei se vou saber agradecer o suficiente por me terem deixado ficar convosco!!
À Carol e a Matilde: muito, muito obrigada!*

Thursday, August 16, 2007

São Martinho do Porto, Verão de 2007

Estou de volta, caros amigos, mas confesso que não tinha saudades...
Cheguei ontem de São Martinho e depois de uns 15 dias como estes últimos, o que eu menos queria era regressar à capital (que ontem à tarde me pareceu horrorosa!)...
Mas pronto, como o que tem de ser tem muita força, cá estou.

Há muitos momentos e situações a apontar, mas a verdade é que grande parte das mesmas são bastante pessoais, pelo que este post vai ser 3C's (para quem já não se lembra, "Curto, Claro e Conciso").
Assim, comecemos por referir as diárias "idas ao pão". Cerca das 2.15h da manhã, um grande grupo de gente deslocava-se à fantástica padaria para ir buscar pães com chouriço, folhados mistos ou croissants com chocolate, gila, ou doce de ovos (graças a Deus, só coisas saudáveis!) acabadinhos de sair do forno, alguns aínda a escaldar! Os mais dedicados às respectivas famílias, volta e meia levavam uns quantos croissants para o pequeno almoço do dia seguinte (que queridinhos!).
Impensável seria não referir as idas ao "Mtah Nitah", um dos supermercados de São Martinho. Tantas vezes que lá fui, credo, em busca de champõs, amaciadores, fruta e chás de cavalinha (para a Maria) e de dente de leão (uma das grandes aquisições deste ano! Raios partam os diuréticos! Malditos chás...). Atenção, senhores, o supermercado chama-se "SuperLinda", o "Mtah Nitah" foi a melhor expressão que a Maria inventou para o enunciar! (este meu português...!) - Marie, o mérito é "tôte tseu!" (PJ - não acredito que aínda gozamos com a Mariana à conta disto!).
Sobre o frio desgraçado que passámos todas as noites, pouco há a dizer. Tenho só que deixar o meu agradecimento ao João Gonçalo que me emprestou 2 vezes as suas camisolas!
Por falar em "João Gonçalo", lembrei-me de outra coisa! Numa destas noites (não me lembro ao certo da qual) fomos a casa dele, para uma noite de poker e de "Truth or Dare", que é como quem diz "Verdade ou Consequência". Meu Deus, que vista fabulosa!!! Só queria que pudessem ter lá estado... Sabem aquela sensação óptima quando acabamos de acordar, está um dia fantástico e nos vamos espreguiçar para a janela/varanda/terraço/jardim?! Bem, multipliquem-na por 100 - a vista do João G. marca pontos!! A sério, que sítio fabuloso... Até comentei que se tivesse aquilo todos os dias, quase nunca sairía de casa...

- Ao longo destes dias, li o último Harry Potter, livro que virou tema de conversa recorrente... Na minha opinião é o melhor dos sete livros (se bem que eu adorei o primeiro!!). -

A última noite foi fantástica! Pelo menos, o princípio da mesma assim foi! "Gala de Ópera, em Óbidos"! Como eu já tinha saudades de ouvir Música!!! Apesar de ter sido um bocadinho (e cito um grande maestro:) "festival da canção", adorei!!! Obrigadíssima pelos bilhetes!!! (Manel, estou a dever-te um café!) Num espaço fabuloso, com as muralhas do castelo como cenário, um programa muitíssimo bem escolhido, com direito a fogo-de-artifício e aínda por cima, em óptima companhia, a noite não podia ter sido melhor! - até se dançou a valsa e tudo!
Finalmente, faço uma pequena referência às situações, expressões e músicas que marcaram estes 15 dias:
"mtah nitah"
"noivo"/"noiva" - Manuel Gabirra
"chica galante" - esta é melhor não explicar, não vá alguém ficar ofendido...
"-O que é que estás a fazer?
-Tou a pôr-te aínda mais sensual" -LOOOOL
"Não percas!"
"YEEES, a minha mãe disse que se pró ano tiver dinheiro me deixa ir ao curso de vela!" - esta foi das melhores. Na praia de S. Martinho, uma miúda de 8 anos "toda bem", manifesta a sua alegria aos berros, ante o embaraço da mãe que, como viemos a perceber, estava falida...!
"- Como é que os putos são todos loiros se os pais são quase todos morenos...?!" - questão que nos punhamos frequentemente e que originou dois tipos de resposta:
"- Ou há aqui uma falcatrua e montes de testes/alterações genéticas ou os putos são todos filhos do padeiro!" LOOOOL
tentativa falhada de fuga para o Solar
passeios que me fartei de dar, descalça (quem me conhece sabe como eu gosto de andar descalça! Quem não conhece, agora fica a saber.)
"Rise up"
"Solta o frango"
"Dave Mathews"
"li Biamo"
"O sole mio"
"I am 16 going on 17"
"Disney" - na praia com a Caro"LINA" (LOL) e a Matilde, é mesmo o melhor!
"Ó Gente da minha terra"
"Con té partiro" - aquilo é que foi chorar que nem umas "Madalenas arrependidas"

E pronto, penso que está tudo...
Cheia de saudades, despeço-me de muitos e (alguns bons lool) amigos...!
Felizmente talvez vá a S. Martinho na véspera dos meus anos, para o Baile de Chitas!! A esperança é a última a morrer...!

Esta tentativa de relato bastante mediocre é dedicada aos amigos que por lá ficaram...