A nossa língua tem uma expressão muito engraçada e da qual gosto bastante! Aquela do "passado morto e enterrado", sabes?
De facto, o passado já morreu - felizmente, há muito tempo!
No entanto, este ainda não foi enterrado.
Olha lá, como é que te atreves a voltar assim?!
Como é que tens o desplante de me aparecer, assim, do nada, e de me vires dizer as barbaridades que já disseste antes!
Como é que se consegue voltar a dirigir-me aquelas palavras completamente insanas?! - aquelas que sabes que são tão dolorosamente boas de ouvir...
Era tão fácil se fosse assim, não era?
Aparecer, fugir e voltar a fazer tudo vezes sem conta só porque nos apetece... Que bom que haveria de ser!
Pois é, meu querido, lamento informar-te, mas
isto não é assim.
Ainda por cima na situação em que estás, quer dizer, isto é de bradar aos céus!
Não é normal, percebes? Nada é normal!
Mas também, nada foi normal, desde a loucura da tua entrada na minha vida.
Numa questão de segundos deu-se uma revolução completamente caótica.
Tudo fervilhava!
Medo, confusão, "desnorte".
No entanto, com tudo isto veio uma sensação de
paz que só a ti consigo associar
...Se soubesses como te odeio por me fazeres lembrar as coisas que ainda não consegui esquecer!!
Tanto, que tenho vontade de te desfazer a cara aos murros e beijos...
Por favor, volta..!
Não.
Vai-te embora.
Vai, está bem?
Não precisas de te despedir, nem nada!
Limita-te, apenas, a
ir.
É que não suporto ver-te.
...
Por favor, poupa-me a isto! Nem eu o mereço.