Thursday, December 06, 2007

Silêncio.
Apesar do barulho dos patos a entrar na água, dos poucos pássaros que ainda estavam nas árvores e de uma excursão barulhenta de miúdos de 3 anos que, num misto de alegria e curiosidade, examinavam aquele lugar, para eles tão estranho, eles ouviam silêncio.
Ele não tinha mais nada para dizer. Trocou os olhos dela pelo lago. A família de patos tinha-se, subitamente, revelado muitíssimo interessante.
Ela...
... bem, ela, naquele silêncio, só conseguia ouvir a confusão. Um turbilhão de ideias, de perguntas, ilusões e desilusões, tudo a explodir na sua cabeça.
Ele lançou-lhe aquilo que foi uma tentativa de um olhar casual rápido.
"Está a morder o lábio" - pensou - "Tal como faz sempre que está nervosa ou quando se preocupa em tentar dizer bem as coisas (a maior parte das vezes sem saber bem como!)..."
Silêncio.
Ela volta-se para ele e, num fio de voz, pergunta, sem esperar resposta:
-Porque é que tu não acreditas nas coisas que não consegues explicar...?

2 comments:

Marta said...

Gostei mesmo deste texto.
Que optima escolha de palavras.
beijinhos

Catarina said...

Querida Marta:

Mais, uma vez, muito obrigada!
Fico contente por teres gostado!
Beijinhos*

Catarina