Sunday, August 30, 2009

Fralães 2009

Estou de volta, caríssimos, semi-acabada de regressar de mais uma semana fantástica em Fralães.
Algumas caras conhecidas, os de sempre, algumas ausências notórias (não é, TERESA?!) e algumas caras novas...
O costume.

É sempre complicado fazer estes relatos...Apesar de eu adorar tentar, há sempre aquele risco de deixar coisas por dizer (mesmo com a ajuda dos apontamentos que volta e meia vou tirando para um dos meus vários caderninhos), mas sem cair no exagero de cansar os leitores.
Efectivamente, não quero maçar-vos (palavra derivada da palavra "maSSa", porque há quem goste de jantar macarrão) com o relato da chegada d' Os Quatro à já conhecida Quinta de Sta. Comba, com as respectivas peripécias (de enter as quais se destacam os habituais saltitanços pelas carruagens do Intercidades - isto de viajar com violoncelos, malas, amigos e um bilhete tem mesmo muito que se lhe diga - ou as minhas imitações da voz da senhora que anuncía as paragens do Urbano (o facto de estar com uma valente carraspana só veio a reforçar as semelhanças) - paragens essas, cujos nomes adorei ir traduzindo na mesma voz: "Next stop: Caoute of Cambisis").
Bem, como de costume, chegamos à Quinta na véspera do início do curso, onde fomos recebidos por um magnífico comité de boas vindas, constituido pelo dono da quinta e os dois professores Gaio Lima e Tomasik.
Pequeno almoço de manhã bem cedo e ala para a fantástica e também já conhecida (e saudosa) casa da sra. dona Maria José.


Como já fiz no ano passado, vou então referir (e, eventualmente, comentar) os principais acontecimentos e situações e depois, então, passar às citações e à banda sonora.

Ora, em primeiro lugar, gostaria de mencionar o concerto inicial, que a todos tanto marcou. Improvisação ao piano comentada, "88 teclas e o resto" era o tema.
Desenganem-se os mais ingénuos e talvez os armados em sabichões que julgam que isto de comentar concertos é para qualquer um. Não é (apesar de uma das frases recorrentes e transversais a esta semana ser "sinto-me capaz de fazer um concerto comentado" - à qual se seguiu, no último jantar um "chamamos o Mi, até porque isto aqui é "um paraíso de carinho."").
Senhoras e senhores, o concerto foi surreal. Mais não vou dizer, magiquem o que entenderem.
Quero apenas referir que deste dia advêm frases como (atenção que há muitas outras dentro deste género):
"'se bem, Mi?" ou "Coméquié, Mi?!"
"(...) o giro é (...)"
"séries de harmónicos"
"... porque o que é preciso é sermos crianças curiosas, e eu sou uma criança curiosa, com o direito de investigar e descobrir"
"não há mal em errar. Errar é inerente à condição humana. Esta foi ao lado. Ai, falhei outra vez. Ups, outra vez ao lado..."
(depois de uma grande conversa sobre modos gregorianos, tonalidades e séries de harmónicos) "mas não é preciso saber nada música para perceber isto, basta ser-se curioso..."


Bom, sendo que o tal concerto se veio a revelar uma verdadeira palestra, de coisa de duas horas, sobre tudo e sobre nada; e como crianças enclausuradas que fomos, tinhamos de arranjar maneira de extravasar.
O nosso escape?
Nada mais simples: levar e guardar coisas sem pedir autorização (resumindo e baralhando: roubar).
O quê?
Chocolates.
Aqueles pequeninos e amargos que acompanham o café.
Da Guylian.
Eram bons, os chocolates. De maneira que levamos 34, um pacote de bolachas Maria e outro de bolachas Milenium (não sabia que existiam, são assim tipo as Oreo).
Incrível, a alegria pós-saque.


Ainda no rol das situações, houve vários momentos engraçados com os professores.
Mesmo não os indo referir a todos, não é qualquer um que se pode gabar de ouvir a saudação matinal da prof. Tomasik, aquele "bom dia, mininos!", desta vez, não com partituras à frente (ai, o trio de Brahms), mas sim com a professora de cabelo molhado escorrido, acabada de sair do seu douche pós-jogging, a beber sumo de laranja e a pôr manteiga num pãozinho.
Ainda em relação a esta professora, também não é qualquer um que se pode gabar de ter assistido, a meio do almoço, à sua imitação (aliás, reprodução) de uma soprano a cantar a famosa ária da Raínha da Noite: entre guinchos, nariz franzido e olhos cerrados vale tudo. Para quem conhece a personagem: só vendo.
Destaque ainda para as viagens no carro do professor a ouvir a rádio local! Cavado FM, onde desde manhã cedinho se ouvia música pimba (de influência brasileira) e a famosa publicidade a uma festa de terriola que culminava com a frase que o professor gostava de sublinhar, feliz e orgulhoso: "esperem, esperem, agora vem a parte que eu gosto!!! Cá está: "(...) bolinhos de bacalhau e rojões a pingar na broa!"!!!". Que categoria! Enfim, uma comédia.
No que toca às aulas, é o costume - (também) por isso continuamos a lá ir-, fantástico! Música pimba, concertos de piano e violino no violoncelo, canções sobre café, coca-cola e rojões, e, last but not least, aquela imitação do diabo e dos Infernos em plena Sonata de Grieg. Genial.
No almoço do último dia fomos esclarecidos em relação a peixe e marisco cru e/ou cozinhado ("ai, marisco não, que eu não gosto de marisco"). Só rir...
Finalmente, e antes de referir as restantes frases e expressões destes dias, não podia deixar de mencionar o concerto dos professores! (a transfiguração e as alterações na expressão facial da Maddie ao longo da Sonata de seu pai; o ar desnorteado do Duarte "viro a página? Sim?! Não?!"; e o Debussy, que foi qualquer coisa... - e que viria a gerar os famosos diálogos em brasileiro da dupla "Claudius Debussas & seu amigo Léonidas"). Surreal.

Então no que toca a frases (além das referidas acima) temos:
  • "É isso aí" - ganhou, logo no primeiro dia.
  • "Tomem conta do meu bijoux" - acho que cumprimos!
  • "Djiscuupa aí" - eheh, muito bem, Tiago
  • "que fastio"
  • "para a azia e fastio recomendo pastilhas Rénie"
  • "Alto!" - e pára o baile!
  • "Maria Alice J. S. Rodrigues - vendedora de palitos"
  • "Vamos partilhar o lombo"
  • "Vamos atacar o lombo"
  • "Ânimo!"
  • "Claudios Debuças, Leónidas e Mauricius Ravéu"
  • "... no jardjim dos animais, depressa!!"
  • "Puxih, quiridah!!", "Mais força, Claudius!!" - duelo de palitos por um bocadinho de polvo
  • "comi que nem uma prostituta"
  • "Fortíssimo..."
  • "A minha primeira vez com descafeínado" - não foi lá grande coisa, by the way...!
  • "Mininos!! Que estão a fazer?! Hoje há greve de estudo?!" - esta só tem piada por ter sido dita pela prof. Tomasik, verdadeiramente chocada com o facto de os mininos estarem a jogar às cartas com onomatopeias à mistura em vez de estarem a tocar que nem uns animais (eheh, trocadilhozinho...!)
  • "Agora é a parte do sorriso"
  • "Não é quarailho que se diz, na tua terra? Em toda a frase cabe pelo menosum fuoda-se, quarailho" - eheh, estavas a pedir... e eu não tenho sotaque.
  • "Meu nomi é Dji Dji, mas cê não mi chami dji Dji Dji, eu sou só Dji prôs amígois"
  • "Aceitxi meu chocolatxi"
  • "Quiridaaaa! Mensagem"
  • "Solta o frango!!"
  • "Eu marino!" - XD isto de ter (ir gerindo e manter) calos é como no amor e na guerra, vale tudo!
  • "Na volta és tu o lobo e 'tás aí "beca, beca, beca, beca" a arrotar postas de pescada" - argumentação em plena cartada, do mais eloquente que existe. Para mim, é das melhores intervenções da semana. Bravo, Tiago!
  • "Digam AMILCAR!!!" - fotografia de grupo, em vez do tradicional "Say cheese". Muito bom.
e como banda sonora:
  • É isso aí (com uma data de letras alternativas e a vozes)
  • "2, 3, 4, 5, meia, 7, 8" - XD "tá na hora dji afogá o ganso"
  • rádio Cavado - no carro do professor
  • o coro do cagalhão (mas que classe! E que bem que isto soa, dito assim!)
  • várias obras de compositores vários: Bach, Bartók, Debussy, Dvorak, Freitas Branco, Grieg, Schubert, Popper (LOOOL) e Ravel
Que comédia...
E que semana! Este ano foi especial...
Parece que ainda ontem estava a dizer "Vinho Tinto, Red Wine. Ah, Rio Tinto!!! Red River". Passou mesmo a correr...!
Bem, destes dias fantásticos ficam as memórias, as fotografias (e os filmes!!!) as saudades e, agora falando por mim, a certeza de que para o ano lá estarei para repetir a dose.
Adorei!

XI Edição dos Cursos Luiz Costa - Monte de Fralães - Agosto de 2009

5 comments:

Duarte Pereira Martins said...

BRAVA!!!
Relato perfeito das situações de Fralães-city 2009!

Como já dizia um professor meu, é impossível dizermos tudo e contarmos tudo, com certeza que se esquecem coisas, mas é o essencial!

Muito, muito bem! O que eu me ri!

Bem-haja!
Duarte

Teresa Nogueira said...

O que direi... Perfeito... As nossas expressões são mesmo qualquer coisa! x) Queridaaaa!!! Adorei tji conhecer meu Claudius Debussas! Ainda passámos bons momentos... Para o ano já sabes o que te espera! =p

Beijinhos querida**

Marta said...

Consegues captar a atenção do leitor com a tua escrita cativante :)

Guerreiro Cardoso said...

Muito Bom!
Melhor só mesmo lá!
E, claramente, para o ano lá estaremos - e com o 7eto fantastico todo, espero!
Brava!
Gros-bisous (pas bijoux! eheheh..)!

Catarina said...

Caros todos:

Fico mesmo muito feliz por terem gostado! Eu adorei escrevê-lo!

Em especial à Marta:

Fiquei particularmente contente com o teu comentário porque não sabia que ainda passavas por cá! Ainda bem que gostaste...!:)

Beijinhos a todos*

Catarina